Aprende com estudos de casos reais de investidores EB-5 e como uma divulgação deficiente e um planeamento transfronteiriço levaram a contratempos financeiros evitáveis.
Estudos de casos do mundo real: Como uma má divulgação pode custar-te seis dígitos
O processo de imigração EB-5 é uma decisão de vida importante – e para muitos investidores, também marca a sua primeira exposição ao sistema fiscal dos EUA. Infelizmente, o que não sabes pode custar-te. Na Parte 3 da série CanAm x Navis Wealth, o consultor transfronteiriço Paul Fegan partilha estudos de caso reais de famílias que negligenciaram passos financeiros críticos e pagaram o preço.
Vê o vídeo:
Perdeste as partes anteriores? Começa com a Parte 1 e a Parte 2
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A divulgação não é opcional – é a base da conformidade
Um dos maiores erros que os novos titulares de “green card” cometem é não divulgarem totalmente as suas participações financeiras globais. Em alguns casos, a omissão não é intencional – muitas instituições financeiras estrangeiras nem sequer fornecem a documentação necessária para cumprir as normas dos EUA. Mas as consequências podem ser graves.
Como explica Paul Fegan:
“Já vimos famílias EB-5 perderem centenas de milhares de dólares por não terem declarado uma pensão, uma propriedade no estrangeiro ou mesmo uma conta corrente local. E quando o IRS vem chamar-te, não querem saber se foi um erro honesto e.”
Estudo de caso nº 1: A pensão oculta
O cenário:
Um investidor EB-5 da Europa não mencionou uma pensão de empregador privado de um emprego que deixou há 20 anos. A pensão venceu automaticamente pouco depois de se ter tornado residente fiscal nos EUA.
O resultado:
- Tributado como rendimento ordinário às taxas dos EUA
- Obrigações adicionais de informação
- Causou um efeito de arrastamento com os registos FBAR e Formulário 8938
Lê sobre a comparação entre o Formulário 8938 e os requisitos da FBAR aqui
Lição:
Mesmo as contas financeiras inactivas ou esquecidas devem ser identificadas e divulgadas. As auditorias pré-imigração são importantes.
Estudo de caso n.º 2: A propriedade herdada torna-se uma obrigação fiscal
O cenário:
Uma família na Ásia herdou uma propriedade avaliada em mais de 1,5 milhões de dólares. Não tinham intenção de o vender e pensaram que não era necessário comunicá-lo.
O resultado:
- Requer a apresentação de relatórios nos formulários 3520 e 8938
- A venda do imóvel provocou posteriormente mais-valias
- A falta de documentação de base adequada levou ao pagamento excessivo de impostos
Lição:
Os bens herdados podem criar obrigações de rendimento e de declaração – mesmo que inicialmente não haja troca de dinheiro.
Estudo de caso nº 3: O banco que fechou as portas
O cenário:
Um investidor tinha mais de 500 000 dólares num banco estrangeiro que fechou devido a instabilidade financeira. A conta não foi divulgada nos seus registos FBAR ou FATCA porque “já não existia“.
O resultado:
- Sanções do IRS por não divulgação
- Honorários legais e contabilísticos significativos para resolver o problema
- Os fundos podem ainda ser recuperados, mas a um custo elevado e sob pressão
Lição:
Se a conta existiu durante o ano fiscal – mesmo que por pouco tempo – tem de ser divulgada. O encerramento não a isenta de declaração.
Lista de verificação de divulgação transfronteiriça para investidores EB-5
- Identifica todas as pensões, contas de reforma e fundos fiduciários – mesmo que estejam inactivos
- Declara a propriedade de bens imóveis e os rendimentos de rendas
- Comunica bens herdados ou presentes estrangeiros superiores a $100.000
- Inclui todas as contas bancárias e de investimento nos formulários FBAR e FATCA
- Trabalha com um consultor fiscal para documentar a base de custos e o valor histórico
“O IRS não avalia a intenção – avalia a integridade“,diz Fegan. “Os erros honestos continuam a ser erros, e as penalizações são reais.”
FAQ: Perguntas comuns sobre a divulgação do EB-5
P: Qual é a diferença entre FBAR e FATCA?
O FBAR (Formulário 114 do FinCEN) comunica contas bancárias no estrangeiro; o FATCA (Formulário 8938) comunica activos financeiros no estrangeiro. Muitos investidores têm de apresentar ambos.
P: E se eu não soubesse que tinha de comunicar algo?
O IRS simplificou os programas de divulgação voluntária, mas estes devem ser procurados proactivamente – antes de uma auditoria.
P: As pequenas contas estão isentas?
Apenas as contas inferiores a 10.000 dólares, combinadas com todas as contas no estrangeiro, podem ser isentas. Mas mesmo as contas “pequenas” podem ultrapassar o limite.
Conclusão: Os erros são caros – planear não é
A mensagem destes estudos de caso é clara: a divulgação incompleta é um dos erros mais dispendiosos – e mais evitáveis – que os investidores EB-5 podem cometer. Desde pensões e propriedades a contas bancárias antigas, tudo o que toca a tua pegada financeira no estrangeiro deve ser documentado e divulgado.
O planeamento transfronteiriço não se trata apenas de poupar nos impostos – trata-se de garantir que a tua transição para a vida nos EUA decorre sem problemas e sem perturbações legais ou financeiras.
Fica para a próxima:
Na Parte 4, abordamos o planeamento sucessório. Descobre como a residência nos EUA altera as regras de herança e o que ferramentas como QDOTs e testamentos duplos podem fazer para proteger o legado da tua família.